quarta-feira, 27 de abril de 2011

Produtos japoneses estranhos - Parte 8 - ESPECIAL.

Bem, na terça-feira voltamos (finalmente) à nossa base em Tokyo, e à noite aproveitamos o restinho do dia para vermos mais uma bizarrice japonesa: a "cidade" do sorvete, no bairro de Ikebukuro.

Japonês adora sorvete. Adora não, é viciado! Você encontra em toda esquina uma lojinha com máquinas de "soft ice-cream", que são aqueles sorvetes de casquinha estilo McDonald's, com diversos sabores (igual aquele sorvete de chá verde que tomamos em Kyoto).  Fora isso, a diversidade de sorvetes que se encontra nos mercados e de sorveterias em Tokyo faz com a cidade seja uma fonte inesgotável dessa iguaria.

Na verdade a tal "cidade do sorvete" em Ikebukuro é apenas parte de um grande "playland" chamado Namjatown, que fica num prédio-shopping center chamado de Sunshine City. O Nanjatown foi construído pela empresa de jogos de videogame Namco, a mesma que produziu no final dos anos 70 o famoso PacMan. As personagens do Namjatown são bastante famosos no Japão, mas não fazem o menor sentido para os ocidentais (ok, talvez para alguns "otakus", que são os viciados em mangás e animação japonesa), portando a grande atração deste parque temático restrinja-se somente à cidade do sorvete mesmo. De temática gastronômica, além desta, tem a cidade da sobremesa (sem bizarrices, por incrível que pareça) e a cidade do guioza (os pasteis fritos chineses), muito apreciado aqui por esses lados também.
Acabamos dispensando os sorvetes estranhos e bizarros, e fechamos com duas casquinhas de sorvete turco (muito bom, sabores pistache e sesame) e um excelente potinho de sorvete de xarope de maple (sim, aqui no Japão temos maple também, não é só no Canadá não...).

Seguem algumas fotos do "Ice Cream City"em Namjatown, e como este é capítulo especial da famigerada seção "Produtos Japoneses Estranhos", de tantos sorvetes bizarros eu postei um vídeo, pois fotos jamais poderiam expressar toda a bizarrice que encontramos... logo abaixo o link do vídeo e as fotos:

- vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=RTbenw46BhE

- fotos:
Entrada do Namjatown, no shopping-edifício Sunshine City (será que não tinha um nome menos gay não?)


Entrada do Ice Cream City, dentro do Namjatown (já me preparado para as bizarrices que iria encontrar lá).

Entrada do Ice Cream City, dentro do Namjatow. Mirian já toda serelepe, porque ela é viciada em sorvete (vai ver por isso que está sempre brigando com a balança). 

Vitrine da loja dentro do Ice Cream city que vende sorvetes de diversos sabores (entenda-se bizarros) provenientes de diversas partes do Japão e do mundo. Assistam o vídeo que entenderão... :-)

"Praça de (des)alimentação" do Ice Cream City

Vídeos - Miyajima

Segue agora alguns vídeos dos templos em Miyajima (Hiroshima), que visitamos semana passada. Enjoy it!

Dentro do templo: http://www.youtube.com/watch?v=OXPLz44H_bU
Encenação de teatro "noh": http://www.youtube.com/watch?v=5U4UPuDgQcg
Hiroshima e Miyajima vistas do alto: http://www.youtube.com/watch?v=DvwoQSpRT5E

E um testemunho ocular de como o São Paulo realmente tem muitos torcedores no Japão: http://www.youtube.com/watch?v=xh_X3jRyhO8 

Vídeo - Kuro Tamago (Ovos Pretos) em Hakone

Finalmente vou postar alguns videos. Vou começar do mais recente e curioso, que é a produção de ovos pretos em Hakone. Enjoy it!

http://www.youtube.com/watch?v=c2yDEyN92Qw

E o moderno (e bizarro) teleférico de ovo preto:
http://www.youtube.com/watch?v=LOLRS75QImQ

Day Twelve and Thirteen - Hakone

Fiquei sem postar por esses dias... sabe como é, bateu uma preguiça... hehehe...

Bem, na segunda pela manhã saímos de Hekinan, pegamos novamente o Shinkansen (sim, já enjoamos de andar de trem-bala, graças ao Japan Rail Pass), descemos em Odawara e pegamos um densha (trem elétrico normal) para Hakone, aos pés do Monte Fuji.
Hakone é uma vila encrustada no meio de parque nacional e de vários montes e montanhas, mais ou menos 1 hora e meia ao sudoeste de Tokyo, e apesar de estar bem próxima ao Monte Fuji, não é o destino tradicional de quem quer ver ou escalar o ponto culminante do Japão de perto, mas por sem uma vila pequena com seus tradicionais "ryokans" (hotéis com pensão completa em estilo tradicional japonês, onde não há camas mas sim o bom e velho tatami com "futons"), tem um charme que mistura o friozinho típico das montanhas com os "onsens", que são as fontes de águas termais sulfurosas provenientes de vulcões adormecidos, muito procuradas pelos turistas por ter características medicinais.
Hakone - reza a lenda - é o lugar onde nasceram os tradicionais "kuro tamago", ou ovos pretos de Hakone, que são ovos de galinha cozidos em fontes de águas sulforosas no alto das montanhas que cercam a vila. O cálcio da casca do ovo reage com o enxofre destas águas termais que podem chegar até 96 graus Celsius, fazendo com que a casca fique totalmente preta - não confundir com o ovo chinês que fica 7 dias enterrado, e sai da terra podre - o ovo de Hakone é um ovo cozido somente, mas não podre ou em processo de putrefação, apesar da cor da casca. Reza a lenda que quem comer deste ovo vive mais 7 anos... como eu simplesmente odeio ovo cozido, só fiquei para registrar o fato e ver a Mirian e meus sogros mandando ovo preto goela abaixo...

Eis algumas fotos:
 Monte Fuji pode ser visto durante o percurso de Shinkansen até Odawara. Imagine eu e um bando de japas tirando fotos da janela do trem... mesmo pagando mico, a imagem é muito bonita!
Estação de trem e bonde em Hakone. Um "cable car" nos leva até os teleféricos, que por sua vez nos leva até o monte Owakudani (ou "Grande Vale De Águas Quentes", em japonês), onde são produzidos os kuro tamago (ovos pretos).
 
Visão do alto do teleférico para o monte Owakudani. Infelizmente não foi possível ver o Monte Fuji, devido à névoa seca que cobria o monte.

O caboclo aí de cima estava verificando a quanto andava o cozimento dos ovos. Na verdade a piscina onde ele está metendo a mão é um geiser, e a água que sai daí é rica em hidróxido de enxofre. Imagine o fedor que o enxofre normalmente tem, misturado com um monte de gente abrindo e comendo ovos cozidos... é quase a 8.a visão (e provavelmente também o cheiro) do inferno!
Placa do monte Owakudani (1050 metros de altitude).

Parecem uvas gigantes, mas são os famosos "kuro tamago" (ou ovos pretos). A casca fica totalmente preta mesmo, e esse pó branco em volta é o enxofre dos geiseres que se acumulam durante o cozimento. São vendidos por 500 ienes (aprox. 10 reais), o pacote com 5 ovos.

 
 Mirian descascando um kuro tamago. Por dentro é um ovo cozido normal...

 
 Navio "pirata" turístico que faz um tour pelo lago Achinoko, que fica no meio das montanhas de Hakone, aos pés do monte Fuji. Esse lago fica mais ou menos a 770 metros de altitude em relação ao nível do mar, e foi criado a mais ou menos 3.000 anos atrás por conta de uma erupção vulcânica.


domingo, 24 de abril de 2011

Caminhada para ajuda aos desabrigados do terremoto

Hoje pela manhã vi uma cena bastante curiosa: diversos velhinhos - e até algumas pessoas mais jovens - saindo da estação de Hekinan e caminhando em torno de algumas quadras da estação. Perguntei para a minha cunhada o que era aquilo, pois parecia uma mini-maratona, mas ela disse que era uma caminhada para arrecadar fundos para os desabrigados do terremoto e do tsunami no norte do Japão. Conforme as pessoas iam completando o percurso, marcas eram feitas nas pulseiras por fiscais em "check points", sendo que cada marca representava uma determinada quantia em dinheiro que seria doada pela empresas que estavam patrocinando esta caminhada - empresas ligadas ao ramo de saúde e esporte, em sua maioria. Ou seja, quanto mais a pessoa caminhava, mais dinheiro ela doava indiretamente para os desabrigados.
A minha cunhada disse que isto é uma prática comum no Japão, principalmente nas cidades menores como Hekinan, geralmente os recursos arrecadados são destinados a orfanatos e entidades que cuidam de crianças expecionais, mas que com os últimos acontecimentos, os esforços têm-se concentrado na ajuda aos desabrigados.
Achei bacana a idéia, além das pessoas fazerem bem para a própria saúde, elas ajudam as outras pessoas que necessitam de recursos em momentos difíceis, e as empresas ganham visibilidade a um custo relativamente baixo. Um belo exemplo de sustentabilidade e responsabilidade social...
Pena que estava sem a máquina quando vi isso, fico devendo uma foto dos velhinhos caminhando e ajudando os compatriotas...

Day Eleven - Hekinan

Hoje, como qualquer domingo que se preze, foi dia de compras e de um belo almoço com os parentes da Mirian (irmã, primos e pais), ou seja, foi um dia de engorda pura! Hehehehe...
Fomos nos restaurante que ficava dentro de um mercado de peixes, ou seja, garantia de sashimi e sushi fresco e saboroso... foi exatamemte o que encontramos! Muito bom! Nota 10!
Agora tenho plena ciência que de no Brasil eu NUNCA comi sashimi e sushi de verdade... :-(
No final da noite, alguns cálices de capirinha de sakê de Kyoto dos bons (safra 2010), feito com essência de yuzu (limão nativo do Japão) e mel, e conversa jogada fora com a Mirian e a minha cunhada... :-)
Amanhã vamos ao nosso último destino antes de regressarmos à Tokyo: Hakone, aos pés do Monte Fuji. Inté!


Parte da família da Mirian que está no Japão.

sábado, 23 de abril de 2011

Café da manhã japonês

Para os japoneses, a primeira refeição do dia é a mais importante, pois é quando o corpo está mais disposto a absorver todos os nutrientes, e é esta refeição que vai ter dar disposição e vitalidade para o resto do dia. Se é verdade ou não eu não sei, o fato é que quando eu tomo o café da manhã japa eu me sinto saciado para o resto do dia...
Eis uma foto do típico café da manhã japa, servido no hotel que ficamos em Hiroshima. É praticamente um almoço que você come as 8 da matina!

Produtos japoneses estranhos - Parte 7

Hoje no final da tarde percorremos algumas lojas de "hyakuen" e um "combini" para comprarmos algumas comidas de astronauta e também na homérica procura de produtos para a sessão de produtos japoneses estranhos. E a procura foi muito bem sucedida, diga-se de passagem.
As lojas de hyakuen (hyakuen em japonês quer dizer "cem ienes") são lojas de artigos baratos, como nossas lojas de 1,99 no Brasil (até o câmbio bate, já que 100 ienes equivalem a aproximandamente 2 reais), e são bastante numerosas aqui no Japão. Só não são maiores em quantidade do que as famigeradas "combini", como os japas chamam as lojas de conveniência, verdadeiras pragas no Japão que só perdem em onipresença para as vending machines. É mais fácil você achar uma loja de conveniência e uma vending machine do que posto de gasolina ou McDonald's. No Japão existem 6 grandes redes de "combini", muitas delas americanas: 7Eleven, Circle K, Family Mart, Mini Stop, Lawson's e Am/Pm. E nenhuma delas com posto de gasolina conjugado, como aqui no Brasil.

Bem, dadas as explicações iniciais, vamos ao produtos bizarros de hoje:

1 - Whisky japonês: não, não é sakê. É whisky mesmo, só que feito no Japão, seguindo receita japonesa, e com blend japonês. Pelo preço do danado (cerca de 30 reais o litro), deve ser igual ou pior que os whiskies brasileiros (Old Eight e Natu Nobilis).
Veredicto: fala sério, né? Como diria aquela velha frase machista: "Deus é 10, Romário é 11, meu whisky é 12, Zagallo é 13..." E a nota pra essa bizarrice é zero!


2 - Bolo de microondas estilo "Cup Noodles": para a dona de casa que não tem mais tempo de fazer um bolo para o filho ou pro maridão, eis solução que vem do outo lado do mundo: basta abrir, e ao pote acrescentar 1 ovo, meio copo de água, mexer bem, colocar no microondas em potência máxima por uns alguns minutos, e voilá! Um bolo de baunilha ou chocolate quentinho!
Veredicto: parafraseando o Sílvio Santos: "eu não comi, mas minha cunhada disse que é bom". Pela praticidade, nota 9. Pela bizarrice, 8. Pelo sabor, fico com a opinião da minha cunhada: nota 8.

3 - Dissecante para os pés com Germânio: trata-se de uma meia de gaze que contém um daqueles envelopes de silica gel (dissecante comum em pacotes de biscoitos e salgadinhos, para mantê-los frescos e crocantes), só que no formato da parte central da planta do pé. O intuito do invento inusitado é fazer com que o dissecante aborva o suor dos pés e assim evite aquele cheiro agradável de gorgonzola vencida quando se tira o sapato. A adição de germânio visa aumentar o efeito antibactericida e dissecante da geringonça.
Veredicto: imagine você indo trabalhar com um envelope de dissecante na sola do pé, ou indo jogar aquele futebolzinho com os amigos com essa desgraça literalmente plantada nas solas. Pode até ser que funcione, mas que é bizarro, isso niguém pode negar. Nota 7.

4 - Extensor articulável para aspirador de pó: acabou a desculpa para não limpar a parte de baixo dos sofás ou de cima dos armários. Com esse bico extensor articulável, você pode alcançar facilmente qualquer canto por mais baixo ou alto que seja, sem ter que arrastar móveis ou precisar de escadas. E serve em qualquer aspirador, pois é regulável.
Veredicto: utilíssimo. Apesar de bizarro, é da série: como pude viver sem isso até agora? Nota 9.




5 - Medidor de porção de spaghetti: sempre tive dificuldade em medir quanto de spaghetti tinha de cozinhar quando resolvia fazer uma bela macarronada. Invariavelmente sobrava quilos de macarrão, pois exagerava na dose. Com esse medidor aqui, ninguém mais erra: basta pegar o "feixe" de spaghetti, medir de modo a ocupar todo o espaço do orifício correspondente ao número de pessoas que deseja servir, e pronto. Nada mais de desperdícios!
Veredicto: para mim seria uma mão na roda, mas tem mestres-cucas por aí que se vangloriam por nuna ter errado a mão na porção de macarrão a cozinhar para "x" pessoas... nota 9, utilíssimo, mas bizarro!


Day Nine and Ten - Nagoya, Hekinan and Shokawa

Ontem e hoje estamos hospedados na casa da minha cunhada (irmã da Mirian), que mora numa cidade chamada Hekinan, distante mais ou menos 80 km de Nagoya.

Depois de uma overdose de templos em Kyoto, chegou o momento de sossegarmos um pouco, e deixar irmãs e pais conversarem e botarem a fofoca em dia, e claro, fazer a tradicional "troca de muambas", já que trouxemos praticamente uma mala só com produtos brasileiros: de Chokito a linguiça caipira.

Ao chegarmos em Nagoya ontem aproveitamos o final da tarde para fazermos parte de nossas compras (entenda-se encomendas de parentes e amigos), e no dia seguinte fomos para uma região muito bonita (e ainda com neve!) em torno do monte Hukusan, na cidade de Shokawa. Lá se encontra duas cerejeiras com mais de 400 anos, cuja história é curiosa: foram replantadas devido ao represamento de um rio próximo ao monte Hukusan, no final dos anos 50. Num esforço quase que pessoal, o presidente da então companhia de desenvolvimento energético do Japão (J-Power), Tatsunosuke Takasaki, resolveu transplantar as duas cerejeiras de 400 anos para uma margem segura ao lado da represa. Para a época foi um feito e tento, transplantar duas cerejeiras de 40 toneladas cada uma, e mantê-las vivas depois. Dois anos depois deste feito, em 1961, as duas árvores já voltariam a florescer e desde então tornaram-se uma atração turística na pouco conhecida província de Gifu.

Infelizmente o tenpo não ajudou nada, muita chuva e chegando lá nada de flor de cerejeira, as duas árvores completamente desfloridas e desfolhadas, como no final do inverno, um frio intenso e uma chuva forte. Por isso tudo, nem tiramos muitas fotos, mas fica aqui um link com fotos que mostra como deveria estar a árvore numa época desssas:

http://www.houseofjapan.com/local/shokawa-cherry-trees-toky

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Produtos japoneses estranhos - Parte 6

Hoje a sessão não está tão bizarra, mas vale pela curiosidade... mas prometo que a próximo post desta série, vou escolher alguns produtos bem bizarros, para compensar... ;-)

1 - Pudim (flan) de chá verde: encontrei vendendo em várias lojas em Kyoto, como a data de validade é bem restrita e vem bastante, não comprei, mas fiquei bem curioso. Imagine um flan, como daqueles que a Danone faz, só que feito de chá verde!
Veredicto: não comi, mas se o gosto for igual o sorvete de chá verde, fica com nota 5. O sorvete de chá verde é bom no começo, mas no fim sua boca fica com gosto de sabão de coco... bizarrísimo!

2 - Recarregador solar de celular: já que a onda agora é ser "eco", e aqui no Japão a última moda é ser ecológico em tudo (nos mercados, por exemplo, se você quiser sacola de plástico ou de papel, tem que pagar, além do que o povo vai te olhar feio nas ruas), encontrei vendendo por módicos 1900 ienes um recarregador solar de celulares. Se o seu celular ficar sem bateria, basta conectar este pequeno notável e ele voltará a vida. Ele também possui uma bateria interna que também é recarregado pelo pequeno painel solar, com carga suficiente para 1 hora de conversação.
Veredicto: funciona muito bem, e como não depende de baterias, apenas de luz solar ou artificial, é uma bela sacada para fazer seu celular ressucitar, ou substituir de vez seu recarregador de tomada. No Iphone 3G funcionou muitíssimo bem. Nota 10.

Agora, com internet móvel e "ÉQUIOOO!"

Como diria o Seu Creisson: "Vossê foizio pro Japãozius e ficou sem açéssio a internétio? Lárguia de sê béstia!".

Hoje chegamos a Nagoya, para ficarmos 3 dias na casa da minha cunhada, irmã da Mirian, que mora numa cidade próxima a esta cidade. Nagoya é a terceira maior cidade do Japão, também conhecida como a Detroit japonesa por sua economia girar principalmente em torno das grandes montadoras automobilísticas japoneses que se estabeleceram no entorno desta cidade.
Pedi para que ela me ajudasse a contratar um plano de internet móvel para que eu pudesse utilizar até o final do mês, e por 6.000 ienes (mais ou menos 120 reais) consegui por um mês um acesso WiMAX que pode chegar até 40 Mbps (quase 4 vezes mais do que o acesso que a NET me dá em casa com o Netcombo). Agora estou com internet móvel, rápida e com "équioooo"!!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Day Eight - Kyoto

Nosso último dia em Kyoto, e o tempo resolveu ajudar. Um bonito dia de sol, sem nuvens, típico de primavera.
Resolvemos visitar os maiores templos de Kyoto - ou pelos menos os mais famosos - já que Kyoto provavelmente é a cidade com maior quantidade de templos em todo o Japão: são mais de 2.000 na região metropolitana de Kyoto, e aí só estamos contando os templos xintóistas e budistas, porém temos em bem menor quantidade algumas igrejas cristãs (católicas e evangélicas).
Kyoto - que traduzindo significa "Cidade-capital", foi a última capital do Japão antes de Tóquio, entre os anos 794 e 1868 d.C.
Fato curioso sobre Kyoto é que ela seria uma das cidades a serem bombardeadas pelos americanos com a bomba-A no final da Segunda Guerra, mas no último instante o secretário de defesa norte-americano Henry Stimson consegiu convencer os comandantes das forças aliadas a subsituir Kyoto por Nagasaki, por considerar a primeira um importante pólo cultural e científico do Japão, e assim, ter uma população formadora de opinião que poderia ajudar os países aliados na rendição do Japão na Segunda Guerra. O fato é que Kyoto foi muito pouco atacada durante este período, o que ajudou a preservar a grande maioria dos templos que hoje podem ser visitados.
Outras curiosidades de Kyoto incluem: é a cidade-sede da Nintendo - que ao contrário do que muitos pensam não começou fazendo videogames mas sim cartas de baralho no final do século XIX; produz os melhores saquês do Japão e ainda possui diversas escolas de geishas, sendo que ainda é possível cruzar com geishas e "maikos" (aprendizes de geishas) nas ruas de Kyoto ou nos templos.

Eis algumas fotos:
Colegiais... hoje pelo jeito foi o dia nacional dos colegiais visitarem os templo de Kyoto, porque nunca vi tantos espalhados por toda a Kyoto. Me senti no meio de um anime (desenho animado japonês)...

Templo de Kinkakuji (Templo do Pavilhão Dourado). Não, o templo não é feito de ouro, mas sim pintado de dourado, mas dizem que nos tempos feudais ele era feito de ouro... o que temos hoje é uma restauração fiel ao original, erguido em 1955. Trata-se de um templo budista da famosa linhagem Zen.
Mais colegiais e seus indefectiveis uniformes de marinheiro. Até hoje eu não sei porque o uniforme das meninas é de marinheiro, será que é porque antigamente somente as filhas de estivadores e funcionários da Marinha tinham direito de estudar? ;-P

Templo de Ginkakuji (Templo do Pavilhão Prateado). Fica do outro lado da cidade, sendo que o Kinkakuji fica a Leste e o Ginkakuji fica a Oeste de Kyoto. Também é um templo do Zen budismo.

 Lanternas penduradas próximas à entrada do templo de Kyomizuden e Yasaka. As lanternas indicam as famílias ou pessoas que contribuíram com quantias generosas para a conservação dos templos. É uma forma dos monges desejarem a estas famílias que o caminho delas sejam sempre iluminado.

 Mulheres vestidas com o tradicional kimono. No Japão, mesmo em grandes cidades como Kyoto e Tokyo, é comum vermos mulheres trajando os kimonos tradicionais, principalmente nesta época (começo da primavera). Não confundir com as geishas, que possuem trajes e maquiagem bem mais ricas e produzidas.

 Entrada do templo de Chionin, da seita budista Jodo-Shu (nembutsu).

Duas "maikos" (aprendizes de gueishas) cruzam nosso caminho no parque Maruyama, perto do templo de Chionin. Quem assistiu ou leu o livro "Memórias de uma Gueixa" sabe que as gueishas não eram prostitutas, mas sim dançarinas e mestres no entretenimento dos homens, sem necessariamente se prostituírem para isso.

 Estátua para o Kannon (entidade no budismo japonês responsável pela justiça e perdão), em memória dos Soldados Desconhecidos mortos na Segunda Grande Guerra.

Loja típica de louças japoneses no caminho do templo de Kyomizudera.

 
 Fonte do templo de Kyomizudera (Templo da Água Pura), chamada de Otowa. Esta fonte e o caminho para se chegar até ela é muito famosa no Japão, e cada uma das quedinhas d'água - reza a lenda - atende a um pedido: vida longa, sabedoria (ou secesso na escola) e vida amorosa feliz. Infelizmente não sei de qual bebi, mas acho que a Mirian bebeu a última... hehehe...
 Pavilhão central do do templo de Kyomizudera (Templo da Água Pura).

quarta-feira, 20 de abril de 2011

São-paulinos no Japão!

Realmente o SPFC é muito querido e famoso no Japão. Prova disso é que encontramos diversos torcedores nipônicos do tricolor do Morumbi na cidade de Nara, vejam as imagens:

 Placa ensinando como se defender dos ataques violentos da torcida organizada do SPFC no Japão.

 Vários integrantes da torcida Independente do SPFC no Japão visitando os templos de Nara.

Torcedor do SPFC acenando para nós... não é uma graça?

Explicação (agora é sério... hehehe): em Nara, no parque onde se encontram a maioria dos templos, os veados encontram-se livres e circulam entre os vistantes e turistas. O veado é um animal sagrado para os xintoístas, pois segundo reza a lenda eles foram designados pelo deus Tekemikazuchi como guardiãos dos templos xintóistas. Então é comum termos diversos evados circulando no entorno dos templos aqui no Japão.

Você jantaria neste restaurante?

Você jantaria num restaurante que tivesse este nome? :-P


Eu não fui... ;-P

Terremoto no Japão - Soluções para o dia-a-dia em meio da crise

Os japoneses encaram as crises de forma bastante natural e pacífica. Em Hiroshima, por exemplo, um dia depois da explosão da bomba atômica que devastou a cidade, a energia elétrica foi restabelecida e três dias depois os bondes já circulavam normalmente pela cidade. Explico: para os japoneses, não adianta ficar lamentando ou esperar solução dos governos ou de outros países, o meio mais rápido de se recuperar de uma catástrofe é restabelecer a rotina diária para que as pessoas possam voltar a trabalhar e assim, reconstruírem suas vidas...
Neste sentido, o governo da província onde fica cidade de Fukushima (e outras afetadas pelo terremoto do mês passado) criou caminhões que contém uma lavanderia ambulante, onde as pessoas podem fazer algo que parece banal, mas é básico para o dia-a-dia das pessoas: lavar e passar suas próprias roupas. Eis uma foto que tirei da TV, quando passava este documentário na NHK (a TV estatal japonesa):

Produtos japoneses estranhos - Parte 5

Sem mais delongas, mais 2 produtos frutos das mentes pervertidas, hilárias e insanas nos japoneses:

1 - Cigarro eletrônico: para quem quiser fumar sem incomodar os outros, eis uma solução interessante. Trata-se de um cigarro que não emite fumaça, é eletrônico, e um microventilador localizado onde seria o filtro do cigarro trata de inejtar nos pulmões do meliante fumacento a dose de nicotina diária para que ele não tenha crise de abstinência. Tem até uma luzinha na ponta para imitar a brasa queimando o cigarro. A nicotina vem de blisters (cápsulas) vendidas separadamente.
Veredicto: nota 0. Apesar de não emitir fumaça e portanto não incomodar os outros, definitivamente fumar está completamente fora de moda.


1 - Medidor de bafo: sim, é um bafômetro, mais este não mede o quanto você bebeu na balada, mas sim mede o quão mal-cheiroso o seu hálito está. Basta dar uma baforada no aparelho, e após alguns segundos aparece o resultado numa escala de 0 a 5, onde 0 é hálito de galã de propagando de Listerine e 5 é bafo para derrubar qualquer um num raio de 1 km.
Veredicto: nota 7. Testei e deu zero na escala, mas também eu tinha acabado de chupar uma bala de menta... hahahahah....

Vídeo - Templo no meio do mercado de Kyoto

Diversas reportagens na TV diziam que o Japão é um país com um pé no futuro, mas outro no passado, ou seja, um país que apesar de deter a fama de high-tech, ainda preserva as suas tradições e história. Ao visitar o mercado no centro de Kyoto, é possível sintetizar essa sensação: no meio do vai-e-vem frenético dos japoneses e dos letreiros, luzes e neons do capitalismo do séc. XXI, é possível encontrar um cantinho onde é possível instantâneamente ser transportado para o Japão do séc. XIV:

http://www.youtube.com/watch?v=kPhUWT3UaNo

Day Seven - Nara

Ontem (quarta-feira, dia 20), acordamos cedinho, pegamos um trem local e fomos para a cidade de Nara, distante mais ou menos 50 km de Kyoto, ou uma hora de trem.

Chegando lá, havia um serviço de guia turístico já na porta da estação de trem, e resolvemos contratar os serviços de uma guia chamada Midori, muitíssimo simpática e que falava um inglês razoável. Foi a melhor coisa que fizemos, já que seria impossível num tour de um dia conhecer a maioria das atrações de Nara sem ter um guia nativo da cidade.

Nara foi uma das capitais do Japão durante o período feudal, entre 710 e 784 d.C., e foi dominada pelo clã Fujiwara (família do senhor feudal local). É uma cidade que concentra diversos templos budistas e xintoístas, sendo que templos de religiões distintas por vezes coexistem e se misturam, já que o budismo ganhou muita força no Japão justamente neste período, e como a religião original do Japão (o xintoísmo) tolera certa miscengenação entre religiões, é comum encontrarmos traços budistas em templos xintoístas, e vice-versa.
É em Nara que se encontra a maior estátia de buda feita em bronze do mundo, o Daibutsu (literalmente "Grande Buda"), e que se encontra dentro do maior templo de madeira do mudo, o Daibutsuden (literalmente "Salão do Grande Buda"), que fica dentro do templo budista de Todai-ji. Foi construída originalmente entre 745 e 754, sob ordens do imperador Shomu - ele mesmo um descendente da família Fujiwara), que inslusive se enconra enterrado na própria cidade de Nara, que foi capital de seu reinado.

Eis algumas fotos:
 Entrada da estação central de Nara, que foi reformada no final do ano passado.

Fachada de uma escola de geishas, no centro velho de Nara. Nesta casa também funciona um restaurante, onde antigamente as geishas e as "maikos" (aprendizes de geisha) dançavam e entretiam os aristocratas da região.
Entrada do templo "Todai-ji", onde se encontra o Daibutsu (estátua do Grande Budha). 


Entrada do "Daibutsuden", que abriga o "pequeno" Daibutsu (estátua do Grande Budha). 

 Esta é a estátua de "kwannon", um bosatsu (ou "entidade iluminada") da justiça e piedade no budismo.

Eis o "pequeno" Daibutsu (estátua do Grande Budha).
 Entrada do Daibutsuden.

Templo xintoísta próximo o Daibutsuden. As lanternas era presentes que os aristocratas da região davam aos monges e aos templos em sinal de devoção e respeito.

 Lanternas feitas de pedra (pome ou granito) presentes no templo xintosítas em Todai-ji.

Tonéis de saquê em Todai-ji. Os barris de saque também eram presentes dos aristocratas aos monjes xintoístas, que deixavam os tonéis vazios do lado de fora do templo, para que as pessoas pudessem ver quem oferecu o tonel de saquê e também a origem do saque. Apesar do saque ter surgido em Nara por volta do século II d.C., as melhores destilarias de saque encontram-se na região de Kyoto.