segunda-feira, 18 de abril de 2011

Day Five - Hiroshima City

Hoje o dia foi mais light, visitamos o Memorial da Paz, o Genbaku Dome (ou a Cúpula da Bomba Atômica, traduzido para o português) e o Castelo de Hiroshima.

Foi bastante interessante e ao mesmo tempo emocionante visitar o Genbaku Dome e o Memorial da Paz, ainda mais para alguém que curte História como eu. O memorial na verdade é um museu cujo propósito, conforme o aviso logo na entrada, é de ser um alerta permanente à humanidade sobre os horrores e a incoerência das guerras, e principalmente, que a vida e a existência humana não podem conviver com presença de armas nucleares. O Memorial retrata como e porque a bomba-A (bomba de fissão nuclear de urânio) caiu em Hiroshima às 08:15 da manhã do dia 8 de agosto de 1945, e quais as consequencias deste ato. É emocionante os relatos dos sobreviventes, os objetos, fotos e filmes que foram colhidos desta hecatombe que se abateu sobre a cidade. E desde então, a cada teste nuclear que um determinado país faz, o prefeito de Hiroshima envia uma carta de protesto ao mandatário deste país, pedindo para que este faça uma visita ao Memorial com patrocínio do própria prefeitura de Hiroshima, como forma de conscientizá-lo sobre os horrores que as armas atômicas podem trazer para a humanidade.
Um fato curioso que eu não sabia: a bomba-A, ou projeto Manhattan para os americanos (gastaram mais de 3 bilhões de dólares, que se hoje ainda é grana imagina naquela época pós-recessão), contou com a ajuda de expoentes acadêmicos da época, incluindo um cara "bem burro" que atendia pelo nome de Albert Einstein - judeu, deveria ter todos os motivos do mundo para querer chutar o traseiro de Hitler, Mussolini e companhia, só não previu que a arma que ajudou a desenvolver acabou matando mais de 150.000 civis em Hiroshima. Talvez o arrependimento dele foi maior que o de Alfred Nobel, quando soube que seu maior invento, o TNT, havia sido usado para fins de guerra...
Outro fato curioso é que a bomba-A explodiu bem em cima de um hospital público em Hiroshima, e não do Genbaku Dome, como eu pensava. Obviamente que não sobrou nada do hospital, mas o Genbaku Dome sobreviveu porque foi um dos raros prédios públicos da época que foi construído em concreto armado - a maioria das casas do Japão na época ainda eram feitas de madeira.
Realmente vale a pena a visita, pois faz com que a gente realmente reflita sobre o nosso papel individual na sociedade para promoção da paz, e como a tecnologia que o homem cria para o bem, pode também ser usada para fins tão maléficos para a própria humanidade.
Uma vez eu ouvi uma frase, só não lembro quem foi que disse: "Em qualquer guerra, qualquer um dos lados está errado". E o Memorial de Hiroshima só vem a ratificar esta frase.

Cruzamento da Hon-dori com a Rijo-dori, lado oeste. A Hon-dori é e sempre foi a principal rua de comércio de Hiroshima.

 Cruzamento da Hon-dori com a Rijo-dori, lado leste. A Hon-dori é e sempre foi a principal rua de comércio de Hiroshima.

Genbaku Dome (Cúpula da Bomba Atômica). Uma das ruínas dos prédios remanescentes da bomba-A que caiu em Hiroshima no final da II Guerra.

Estátua da deusa da paz (Heiwa) no Memorial da Paz de Hiroshima. Esta estátua foi esculpida em homenagem às crianças que morreram em Hiroshima e que, durante a Segunda Guerra, foram forçadas a trabalhar no lugar dos pais - que viraram soldados e foram para o "front". Mas o que pouca gente sabe é que muitas crianças e mulheres coreanas e chinesas foram capturadas durante a guerra e trazidas para Hiroshima para trabalharem nas indústrias civis e nas fábricas de armamentos, em um regime de semi-escravidão.

Frente do Memorial da Paz de Hiroshima. 

Entrada do forte do Castelo de Hiroshima. O castelo foi construído originalmente em 1592, mas foi totalmente destruído em 1945 por conta da bomba-A. Foi reconstruído em 1958 como uma reprodução perfeita do original. Serviu como residência da família Asano (família do senhor feudal ou "daimyo" da região que hoje corresponde a Hiroshima) por mais de 250 anos até à Restauração Meiji em 1868 (fim da era feudal no Japão e início da Revolução Industrial japonesa). O interior da torre de cinco andares é usado como um museu, que mostra a história e o sistema feudal da cidade.
 


 Portal ("Torií") do templo xintoísta dentro do forte do Castelo de Hiroshima.


Entrada do Castelo de Hiroshima - a foto está torta porque foi a minha sogra que tirou... :-)

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