domingo, 17 de abril de 2011

Day Four - Miyajima

Hoje foi o primeiro dia "de facto" em Hiroshima, e partimos logo para o programa mais pesado que era visitar a ilha de Miyajima. Saímos cedinho depois do café da manhã (depois eu explico o que é o café da manhã japonês, que é praticamente um almoço) e pegamos o bonde (sim, Hiroshima é muito bem servida por uma rede de bondes eficientes, limpos, precisos e baratos) até o porto de Hiroshima, onde mais uma vez utilizamos nossos JRPs (Japan Rail Pass) para pegar o ferry boat que nos levaria até a ilha de Miyajima.
Do porto até a ilha leva-se 10 min. na balsa. Miyajima ainda é considerada sagrada por muitos nipônicos. Concentra uma quantidade incrível de templos budistas e xintoístas, fazendo jus ao nome que tem, que em japonês significa "Ilha Santuário".
Antigamente considerada sagrada como a moradia de várias divindades - uma espécie de "Olimpo" nipônico - e não era permitido aos mortais sequer viver por lá, quanto mais dar à luz ou morrer em Miyajima. Apesar de atualmente este tipo de "proibição moral" não existir mais, na ilha ainda não existe maternidades ou cemitérios - não por falta de necessidade ou descaso do governo, mas sim porque ainda existe esta barreira moral e religiosa por lá.
Trata-se de uma ilha muito bonita, tanto no aspecto de beleza natural, quanto aos templos e à própria vila que remete aos tempos do Japão feudal. Praticamente todas as espécies botânicas nativas do arquipélago japonês podem ser encontradas lá - incluindo a "praga" da estação, as famigeradas cerejeiras japonesas.
Miyajima foi tombada como patrimônio mundial da huminadade pela UNESCO em 1996.
De minha parte, o passeio valeu muito a pena, pois queria ter contato com um parte do Japão que ainda estivesse o máximo possível preservada e que pudesse me remeter aos tempos do feudalismo... valeu a pena! É um passeio que recomendo!

Eis algumas fotos:
 Portal (ou em japonês "tori") do templo Itsukujima em Miyajima. Quando a maré sobe, a impressão que se tem é que este portal "flutua" por sobre o mar.

  Principal rua de comércio da ilha, onde podem ser encontrados centenas de lojas de souvenirs. Os produtos típicos da ilha são: a ostra frita (na verdade uma forma de marisco típica da região), o momiji manju (bolinho de doce de feijão japonês cuja massa tem essência de maple) e o shamoji (colher para manuseio de arroz cozido, feita de madeira ou bambu). Mas também podem ser encontrados outrso souvenires típicos japoneses, como as famosas bonecas de madeira ("kokeshi") e os gatos da sorte ("manekineko").

Shamoji (colher de arroz) gigante escupida em madeira e em exposição permamente na principal rua de Miyajima. Esse utensílio, amplamente usado na culinária japonesa principalmente para manipular o arroz cozido, foi inventado em Miyajima no séc. XVIII a princípio como souvenir e amuleto para se trazer sorte e prosperidade. Um dia, algum japa doido viu que aquilo também servia para manejar o arroz corzido melhor que os tradicionais "rachis" (os famosos "palitinhos" que subsitituem os talheres ocidentais), e assim a região passou a produzí-los em massa para este fim - apesar que em Miyajima mantém-se a tradição de se usar o shamoji como amuleto e souvenir.


 Entrada do templo de Itsukujima.

Encenação de uma peça de teatro "noh". O teatro "noh" é uma forma clássica de teatro profissional japonês, interpretado apenas por atores (não é permitido mulheres!), que passam sua arte pela tradição familiar, de pai para filho. Trata-se sempre de um drama, normalmente retratando a passagem da vida para a morte.


Um dos templos dedicados ao chamdos Shichi Fukujin, que são sete deuses da boa sorte, fortuna e felicidade do xintoísmo: Benzaiten (deusa da beleza e das artes), Bishamon (deus da guerra e da justiça), Daikoku (deus da fartura e properidade, guardião dos agricultores), Ebisu (deus da sinceridade e honestidade), Fukurokuju (deus da sabedoria), Hotei (deus da generosidade e da saúde) e Jurojin (deus da longevidade).

 Um dos"pagodes" presentes em Miyajima. Os "pagodes" ou "pagodas" são construções em forma de torre típicas, trazidas pelos chineses antes da era feudal, porém são bastante típicas em qualquer país asiático oriental. Apesar de muitos dos pagodes terem sido construídos como complementos aos templos budistas, eles também foram construídos para simplesmente embelezar vistas, ou para motivos não-religiosos, como para supervisão militar ou como farol de ajuda à navegação. 

 Um dos várias templos xintoístas em Miyajima.
 Local para pedidos, agradecimentos e oferendas aos deuses xintoístas.
 Outro "pagode" presente em Miyajima.
 No alto do Monte Misen, o ponto mais alto da ilha.
Portal (ou em japonês "tori") do templo Itsukujima em Miyajima, já com a maré totalmente baixa expondo as colunas do portal. Os japoneses então aproveitam para fazer um pedido colocando moedas nas fendas da base do portal, abertas pela ação da água do mar - assim, quando a maré subir, eles creem que assim os pedidos serão levados pelo mar diretamente aos deuses, que assim os atenderão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário